Nascido
em 29 de agosto de 1632, em Pensford, vilarejo do Sommerset, perto de Bristol,
John Locke era filho de uma família de comerciantes. Sofria de problemas
respiratórios, os quais, de origem familiar, já haviam comprometido a saúde de
sua mãe e de seu irmão, ambos falecidos com tuberculose, quando John Locke
ainda era jovem. A preocupação com sua saúde, que sempre foi precária, o
acompanhou por toda a vida.
Locke
viveu em uma Inglaterra conturbada por guerras civis. Seu pai se alistou no
exército do Parlamento e, graças à interferência de seu superior, o Coronel
Popham, Lock estudou como bolsista na Universidade de Westminster e,
posteriormente, também como bolsista, em Oxford no “Christ Church College”, o
mais famoso daquela universidade.
Lá,
estudou a filosofia de Aristóteles, a única ensinada em Oxford. Foi diplomado
Bacharel em Artes e lecionou grego, retórica e filosofia moral por algum tempo.
Após esse período, se dedicou à medicina. Foi
médico e conselheiro de Lord Ashley, conde de Shaftesbury, que o contratou após
Locke lhe ter salvado a vida por meio de
uma cirurgia.
A
conturbação política de seu tempo e a sua saúde debilitada o levaram a viver
entre a França, a Inglaterra e a Holanda. Por fim, estabeleceu-se
definitivamente em seu País natal até a sua morte, em 28 de setembro de 1704,
“enquanto Lady Masham lhe fazia uma leitura.”
Em
seus 72 anos de vida, produziu várias obras, dentre as quais se destacam: Dois
tratados sobre o Governo, Carta sobre a tolerância, Elementos de filosofia
natural e Ensaio sobre o entendimento humano.
É
considerado o fundador do empirismo moderno, corrente filosófica que prega ser
a experiência a única fonte do conhecimento humano. Não existem idéias inatas.
A consciência cognoscível tira todos os seus conteúdos da experiência. O
espírito humano nasce vazio, como uma tábula rasa, e, no decorrer de suas
experiências, vai preenchendo este vazio com conhecimento.
Toda
a sua obra é coesa e coerente, caracterizando-se fundamentalmente no empirismo
que defende. Mas é no Ensaio acerca do entendimento humano que Locke expõe
brilhantemente suas idéias acerca de seu empirismo e suas conseqüências na área
da teoria do conhecimento.
O
“Ensaio sobre o entendimento humano” se divide em quatro livros: O primeiro
nega os princípios e as idéias inatas, o segundo trata das idéias, o terceiro
das palavras e o quarto do conhecimento e da probabilidade.