sábado, 14 de dezembro de 2013

ETERNAMENTE



Cada um que veio ao mundo, por menor tempo que aqui tenha passado, trouxe alegrias e deixou sorrisos, que se perpetuarão ao infinito, mesmo após o dia em que forem chamados por Deus.



* Edson Travassos Vidigal é advogado, professor universitário de Direito e Filosofia, músico e escritor. Assina a coluna A CIDADE NÃO PARA, publicada no JORNAL PEQUENO todas as segundas-feiras.


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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

MARIO CARRETERO: CONSTRUTIVISMO E EDUCAÇÃO




Quase todos os sistemas educativos inspirados no modelo ocidental conseguem despertar o interesse dos alunos nos primeiros anos, mediante, a apresentação de atividades que consigam ser motivadoras e que pareçam cumprir uma função importante em seu desenvolvimento psicológico geral.

Contudo, a partir aproximadamente dos 10 anos, os conteúdos vão se tornando cada vez mais acadêmicos e formalistas e se produz uma clara perda de interesse por parte dos alunos. Essa perda de interesse se intensifica na adolescência, produzindo uma ruptura entre os interesses habituais do aluno e os conteúdos e as atividades que lhe oferece o sistema escolar, sendo que estes, em sua grande parte, nada mais são do que resumos dos conteúdos universitários.

Surge, então, um fenômeno que se convencionou chamar “fracasso escolar”: não obstante o aluno possuir maior capacidade cognitiva e maior quantidade de informações sobre numerosas questões do que em idades anteriores, seu rendimento global e seu interesse pela escola costuma ser, em termos gerais, muito menor que nos primeiros anos.

Essa distância entre o que os alunos podem e têm interesse de aprender, e o que a instituição escolar lhes apresenta, dá ensejo às reformas educativas na maioria das sociedades contemporâneas. E dentro dessas reformas, surge a idéia do construtivismo, tema central de análise do livro do psicólogo espanhol Mario Carretero, “Construtivismo e Educação”, mormente no capítulo 1, “Que é conhecimento”, sobre o qual aqui teço alguns comentários.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A FELICIDADE


O que é a felicidade? Vários já tentaram defini-la no decorrer da história. Ela é algo que quando se alcança, perdura pra sempre? Ou é algo passageiro, um momento que se acaba?

Alguns dizem que tudo visa a um bem, e o bem maior é a felicidade. Assim, o que devemos buscar é a felicidade.

Não concordo com isso. Nenhum bem vai valer a pena nossa busca. Nenhum bem vai resolver nosso problema fundamental, nossa carência, nossa falta.

Ao buscarmos a felicidade, acabamos colecionando momentos efêmeros, que se vão, e que, ao irem, deixam uma sensação maior ainda de falta. De falta do que já se teve e não tem mais, e de falta do que ainda não se teve. Buscar um bem nos faz sermos escravos deles, viver em busca de bens, que são infinitos.

A felicidade é um bem inalcançável, porque enquanto queremos ter algo, esse algo nos falta. Enquanto nos falta, não é possível ter. Se, por acaso conseguirmos “ter” esse bem, ainda existe a falta, pois não somos esse bem. Ele é diferente de nós, não faz parte de nós.

Devemos buscar o que nos falta. O que suprirá nossa carência. O que suprirá nossa carência é a completude, não a felicidade. Enquanto formos incompletos, sofreremos com a falta. Seremos carentes. 

Buscar a felicidade é uma ilusão. É tentar tampar o sol com uma peneira.

Não devemos querer “ter”. Devemos querer “ser”. Enquanto nos sentirmos separados do resto, sofreremos. Enquanto quisermos ter mais e mais coisas, sejam materiais, sejam ideais, sofreremos.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

DE ONDE VOCÊ MENOS ESPERA, DE LÁ É QUE NÃO SAI NADA MESMO...

JOHN LOCKE: UM DOS MAIS FORTES PILARES DO EMPIRISMO E DO LIBERALISMO




Nascido em 29 de agosto de 1632, em Pensford, vilarejo do Sommerset, perto de Bristol, John Locke era filho de uma família de comerciantes. Sofria de problemas respiratórios, os quais, de origem familiar, já haviam comprometido a saúde de sua mãe e de seu irmão, ambos falecidos com tuberculose, quando John Locke ainda era jovem. A preocupação com sua saúde, que sempre foi precária, o acompanhou por toda a vida.

Locke viveu em uma Inglaterra conturbada por guerras civis. Seu pai se alistou no exército do Parlamento e, graças à interferência de seu superior, o Coronel Popham, Lock estudou como bolsista na Universidade de Westminster e, posteriormente, também como bolsista, em Oxford no “Christ Church College”, o mais famoso daquela universidade.

Lá, estudou a filosofia de Aristóteles, a única ensinada em Oxford. Foi diplomado Bacharel em Artes e lecionou grego, retórica e filosofia moral por algum tempo.

Após esse período, se dedicou à medicina. Foi médico e conselheiro de Lord Ashley, conde de Shaftesbury, que o contratou após Locke lhe ter salvado a vida por meio de  uma cirurgia.

A conturbação política de seu tempo e a sua saúde debilitada o levaram a viver entre a França, a Inglaterra e a Holanda. Por fim, estabeleceu-se definitivamente em seu País natal até a sua morte, em 28 de setembro de 1704, “enquanto Lady Masham lhe fazia uma leitura.” [1]

Em seus 72 anos de vida, produziu várias obras, dentre as quais se destacam: Dois tratados sobre o Governo, Carta sobre a tolerância, Elementos de filosofia natural e Ensaio sobre o entendimento humano.

É considerado o fundador do empirismo moderno, corrente filosófica que prega ser a experiência a única fonte do conhecimento humano. Não existem idéias inatas. A consciência cognoscível tira todos os seus conteúdos da experiência. O espírito humano nasce vazio, como uma tábula rasa, e, no decorrer de suas experiências, vai preenchendo este vazio com conhecimento.

Toda a sua obra é coesa e coerente, caracterizando-se fundamentalmente no empirismo que defende. Mas é no Ensaio acerca do entendimento humano que Locke expõe brilhantemente suas idéias acerca de seu empirismo e suas conseqüências na área da teoria do conhecimento.

O “Ensaio sobre o entendimento humano” se divide em quatro livros: O primeiro nega os princípios e as idéias inatas, o segundo trata das idéias, o terceiro das palavras e o quarto do conhecimento e da probabilidade.


[1] Introdução à Filosofia – Tomo II – Parte quarta – Empirismo Inglês – Roland Corbisier (editora Civilização Brasileira ) pg 133.

DESCARTES E A EDUCAÇÃO TRADICIONAL



Para Descartes, conversar com pessoas de outros séculos é como viajar. É útil, por algum tempo. Mas se passamos muito tempo viajando, tornamo-nos estrangeiros em nossos países. Assim, se nos tornarmos muito curiosos pelas coisas do passado, podemos nos tornar ignorantes em relação às coisas de nosso tempo. 

Ele, com isso, critica a educação tradicional, toda voltada para o estudo das obras de filósofos do passado. Descartes atribui uma utilidade para cada ciência que aprendeu em sua educação institucional. Porém, chega quase a banalizar tais conhecimentos, que, para ele, parecem perfumarias, nuvens que acabam por embaçar a verdadeira busca pelo que realmente importa.

Por isso que digo: Sempre na ativa!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

UMA TAL FILOSOFIA: O PROBLEMA FILOSÓFICO


A Sabedoria, tão sonhada. Fonte dos mais ardentes e eróticos desejos de vida. Nascente de águas límpidas, transparentes, esclarecedoras, pelas quais se vê o fundo. Águas pelas quais se pode ver o uno, o inseparável, o divino, a coisa em si.
        
A Sabedoria, fonte que em si deságua. Com suas curvas, que nos enchem os olhos, seus contrastes, que nos fazem delirar, sua carne, que nos excita, e, principalmente, seu olhar enigmático e sensual, que nos convida à mais comprometida entrega, nos faz mergulhar de cabeça em suas profundezas de prazer e gozo realizador.
        
A Sabedoria, digna dos Deuses, não dos mortais. Senhora das Ninfas que permeiam nossos pensamentos mergulhados no líquido que jorra da insaciedade.
        
Como podemos alcançá-la, tê-la aos braços? Acariciá-la e possui-la na unificação de corpos, como quando em sonhos passamos a ser um só e contemplamos o âmago de seu ser?

ESTÍMULOS E RESPOSTAS


Interagimos com o mundo, disse eu. Mas o que é o mundo? 

O mundo, em nossa visão humana moderna, é o que não sou eu. É “o resto”.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O NECESSÁRIO CETICISMO METODOLÓGICO



O filosofar é, de certa forma, puro duvidar. Duvidar do que nos é imposto, duvidar do que parece óbvio, duvidar das aparências, duvidar dos argumentos alheios, e dos nossos próprios argumentos.

É claro que não é duvidar por duvidar, mas duvidar como meio de se alcançar a verdade. O método de por à prova tudo o que passa por nosso conhecimento se constitui na maior garantia da filosofia.Garantia de não se deixar levar pelas máscaras, pelas ilusões, pelos simulacros, pela primeira verdade bonitinha que aparece. Garantia de ser rigoroso e persistente. Garantia de ser coerente, de seguir o caminho certo.

O primeiro passo no caminho da filosofia é a admiração, a perplexidade, a curiosidade, a paixão por tudo o que nos chega. Passo esse que nos dará forças para seguir em nossa jornada até o fim. Ultrapassado o primeiro passo, o próximo é questionar tudo o que se tem por certo. Duvidar como meio de descartar os caminhos que levam ao erro e de eleger aqueles que nos levam à verdade. 


Interatividade sempre! Sempre na ativa!

O AMOR


Por Edson Travassos Vidigal

O amor não é uma opção, é uma lei divina contra a qual somos insignificantes. É a força maior que rege o universo. A atração universal que tende a unir os opostos e os impele a buscar a completude, a perfeição. Ele arrebata cada partícula de energia com sua vontade, com seu obstinado desejo de atração. Com suas ações e reações incompreensíveis, provoca todo o movimento que tende ao estado primordial estático. Ele é a ordem que gera o caos, e o caos que gera a ordem. É um Deus caprichoso que dita o único caminho pelo qual podemos alcançar a paz.