Quase todos os sistemas
educativos inspirados no modelo ocidental conseguem despertar o interesse dos
alunos nos primeiros anos, mediante, a apresentação de atividades que consigam
ser motivadoras e que pareçam cumprir uma função importante em seu
desenvolvimento psicológico geral.
Contudo, a partir aproximadamente dos 10 anos, os
conteúdos vão se tornando cada vez mais acadêmicos e formalistas e se produz
uma clara perda de interesse por parte dos alunos. Essa perda de interesse se
intensifica na adolescência, produzindo uma ruptura entre os interesses
habituais do aluno e os conteúdos e as atividades que lhe oferece o sistema
escolar, sendo que estes, em sua grande parte, nada mais são do que resumos dos
conteúdos universitários.
Surge, então, um fenômeno que se convencionou
chamar “fracasso escolar”: não obstante o aluno possuir maior capacidade
cognitiva e maior quantidade de informações sobre numerosas questões do que em
idades anteriores, seu rendimento global e seu interesse pela escola costuma
ser, em termos gerais, muito menor que nos primeiros anos.
Essa distância entre o que os alunos podem e têm
interesse de aprender, e o que a instituição escolar lhes apresenta, dá ensejo
às reformas educativas na maioria das sociedades contemporâneas. E dentro
dessas reformas, surge a idéia do construtivismo, tema central de análise do
livro do psicólogo espanhol Mario Carretero, “Construtivismo e Educação”, mormente no capítulo 1, “Que é
conhecimento”, sobre o qual aqui teço alguns comentários.